sexta-feira, 15 de outubro de 2010

"Canzone Della Bambina Portoghese" de Francesco Guccini (1972)


E poi e poi, gente viene qui e ti dice di sapere già ogni legge delle cose.
E tutti, sai, vantano un orgoglio cieco di verità fatte di formule vuote...
E tutti, sai, ti san dire come fare,
quali leggi rispettare, quali regole osservare, qual'è il vero vero...
E poi, e poi, tutti chiusi in tante celle fanno a chi parla più forte
per non dir che stelle e morte fan paura...

Al caldo del sole, al mare scendeva la bambina portoghese,
non c'eran parole, rumori soltanto come voci sorprese,
il mare soltanto e il suo primo bikini amaranto,
le cose più belle e la gioia del caldo alla pelle...

Gli amici vicino sembravan sommersi dalla voce del mare...
O sogni o visioni, qualcosa la prese e si mise a pensare,
sentì che era un punto al limite di un continente,
sentì che era un niente, l'Atlantico immenso di fronte...

E in questo sentiva qualcosa di grande
che non riusciva a capire, che non poteva intuire,

che avrebbe spiegato, se avesse capito lei, quell' oceano infinito...
Ma il caldo l'avvolse, si sentì svanire e si mise a dormire
e fu solo del sole, come di mani future;
restaron soltanto il mare e un bikini amaranto...

E poi e poi, se ti scopri a ricordare, ti accorgerai che non te ne importa niente
e capirai che una sera o una stagione son come lampi, luci accese e dopo spente
e capirai che la vera ambiguità
è la vita che viviamo, il qualcosa che chiamiamo esser uomini...
E poi, e poi, che quel vizio che ti ucciderà non sarà fumare o bere,
ma il qualcosa che ti porti dentro,
cioè vivere, vivere e poi, poi vivere
e poi, poi vivere


CANÇÃO DA MENINA PORTUGUESA
LA "CANZONE DELLA BAMBINA PORTOGHESE" IN PORTOGHESE
Versione di Riccardo Venturi

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E após, e após
A gente vem pr'aqui e te diz
Que já sabe todas as leis das coisas.
E todos, sabes,
Orgulham-se como cegos
De verdades feitas de fórmulas vazias,
Dizer-te o que há-de fazer,
Que leis há-de respeitar,
Que regras há de observar,
O que é a verdade sem falta
E após, e após,
Todos fechados em tantas celas
Falam um mais alto do outro
P'ra não dizer que estrelas e morte
Fazem medo.

À beira-mar, no sol quente
Estava a ir a menina portuguesa.
Não havia palavras, só um barulho
Como vozes surpresas.
Só havia o mar,
E o seu primeiro biquini amaranto,
As coisas mais lindas,
E a alegria do calor na pele.

Os amigos perto dela pareciam
Sumergidos pela voz do mar;
Sonhos, visões, uma ou outra a tomou
E começou a pensar;
Sentiu que era un ponto
No limite dum continente,
Sentiu que era nada
O Ocêano imenso diante dela

E nisso sentia
Algo tão grande
Que não conseguia alcançar,
Que não podia perceber;
Te-lo-ia explicado
Se o tivesse percebido
Ela, e o Ocêano infinito;

Mas o calor a envolveu,
Sentiu-se esvair e adormeceu,
E só foi do sol,
Como de mãos para vir,
Só ficou o mar,
O mar e um biquini amaranto.

E após, após,
No meio das tuas lembranças
Vais perceber
Que não te importa disso,
Vais perceber
Que uma tarde ou uma estação
São relâmpagos,
Luzes acendidas e apagadas.

Vais perceber
Que a verdadeira ambiguidade
É a vida que a gente vive,
É o que a gente chama
Ser homes,
E após, após,
O vício que nos vai matar
Não será fumar, beber
Mas o que temos em nós,
Isto é viver, viver,
Viver, viver.

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